Eduardo já caiu em passeio sem guia rebaixada. Foto: Ernesto Rodrigues/ Estadão |
Não são só as ondas de Burle Marx em Copacabana que fazem as calçadas
do Rio melhores que as de São Paulo. Pesquisa da Associação Brasileira
de Defesa do Consumidor (Proteste) revela que os passeios cariocas têm
mais condições de receber cadeirantes. Das dez vias avaliadas na cidade,
metade é boa ou muito boa. Já nas ruas e avenidas paulistanas, só as da
Paulista seguem padrões ideais de segurança e conforto.
A Avenida Jabaquara, na zona sul, foi a via que recebeu a pior
avaliação. Ali, só um dos sete critérios usados – acessibilidade dos
cruzamentos – foi considerado bom. Os demais – presença de obstáculos
permanentes, móveis, transversais ou temporários e indícios de buracos e
desníveis – estavam ruins. Também visitada, a calçada da Avenida
Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste, foi considerada aceitável, mas só
na parte que passou por reforma – o trecho a partir da Avenida Cidade
Jardim não foi contemplado. No Rio, a Rua Voluntários da Pátria, em
Botafogo, foi a mais bem avaliada.
No caminho das cadeiras de rodas paulistanas, não faltam obstáculos,
buracos e desníveis. Na Rua Tuiuti, no Tatuapé, na zona leste, o
problema são as árvores atrapalhando a passagem. Na Rua Santa Efigênia,
no centro, o que dificulta a circulação são os rebaixamentos inadequados
para acessar as faixas de pedestres. Ali, foram contados dez
cruzamentos irregulares. Além disso, em praticamente todas as vias o
esforço para vencer rachaduras e pedras soltas, comuns no mosaico
português malconservado, foi considerado elevado.
Esses empecilhos fazem com que pessoas com problema de mobilidade se
tornem mais dependentes de outras para se locomover. Eduardo de Araújo
Toledo, de 19 anos, já caiu em um passeio sem guia rebaixada na Vila
Mariana. “Algumas pessoas tiveram de me ajudar a levantar”, lembra. Mas
nem sempre há compreensão de quem compartilha a calçada com cadeirantes.
“Tem quem ache ruim andarmos mais devagar, especialmente nas
inclinadas, onde não temos tanto equilíbrio.
Do Mobilize - 14.01.13
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