quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Haddad diz que meta de 55 mil casas é factível

Prefeito Fernando Haddad em reunião com secretários e líderes de movimentos sociais. Foto: Wagner Magalhães/ Terra


Prefeitura reafirma seu compromisso de priorizar programas habitacionais na cidade

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), passou mais de duas horas reunido com líderes de movimentos de luta por moradia na noite desta terça-feira, em São Paulo. No encontro, ele afirmou que o governo está de "porta aberta" para negociações, mas afirmou que não serão apenas os movimentos organizados que serão beneficiados pelas cerca de 55 mil moradias previstas para serem construídas nos próximos quatro anos. O prefeito disse que os movimentos sociais devem reconhecer o gesto deste encontro no início do governo e que espera que o número e ocupações seja reduzido durante sua gestão.

"Queremos, em parceria com os governos do federal e do Estado, construir 55 mil habitações para o benefício de toda a população de São Paulo. Não podemos segmentar essa meta. Os movimentos organizados serão beneficiados, mas os não organizados também. Pessoas que moram em áreas de risco e não estão organizadas têm os mesmos direitos", disse ele.

O prefeito disse que durante a sua gestão de mais de seis anos à frente do Ministério da Educação recebeu representantes dos mais diversos movimentos sociais ligados à área e que nunca teve dificuldade para o diálogo, mesmo discordando das reivindicações.

"A questão da moradia está entre as quatro principais que queremos desenvolver durante o mandato. Queremos diálogo e a Secretaria da Habitação já está trabalhando para identificar os locais que serão destinados para essas famílias, além de tocar os projetos que já estão em andamento", disse.

Haddad afirmou ainda que a região central da cidade deverá ser contemplada nos projetos de moradia. Segundo ele, o projeto Renova Centro, da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD)
deverá passar por modificações. "Estamos estudando algumas mudanças, já que não houve um avanço muito grande nessa região. Mas temos de pensar a cidade como um todo", disse

Osmar Borges, representante da Frente de Luta por Moradia (FLM), que tem mais de 20 prédios ocupados na cidade, diz que o diálogo é importante, mas a dinâmica dos movimentos sociais é muitas vezes diferente das da Prefeitura. "O encontro foi uma iniciativa importante de diálogo, mas nós temos a nossa agenda. As ocupações se dão de acordo com as necessidades dos movimentos. O que queremos é manter o tema em pauta, que é um dos mais importantes da cidade."

De acordo com Luiz Gonzaga da Silva, da Central de Movimentos Populares (CMP), este não é o momento de se colocar o prefeito contra a parede. "Ele ainda está em início de mandato e o fato de nos ter recebido aqui já é o início de um diálogo", disse. Sidnei Pita, da União dos Movimentos de Moradia, diz esperar pelo menos 5 mil moradias por ano para os grupos organizados de luta por moradia. "Achamos que 5 mil moradias por ano seria algo que dá para cumprir. E vamos pressionar por isso", disse.


Por Wagner Magalhães / Terra

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